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NO AR JORNAL EM DIA...
03/01/2011
Maria do Rosário pede ao Congresso que aprove criação da Comissão da Verdade
LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA
Mais uma das nove mulheres da alta cúpula do governo Dilma Rousseff acaba de tomar posse. A petista Maria do Rosário assumiu a Secretaria dos Direitos Humanos na manhã desta segunda-feira, substituindo Paulo Vannuchi.
Em seu discurso de cerca de 40 minutos, ela prometeu cumprir as metas do PNDH 3 (Plano Nacional dos Direitos Humanos), que provocou polêmica entre setores da Igreja e das Forças Armadas.
Não há contradição entre Direitos Humanos e Forças Armadas, diz Maria do Rosário
Maria do Rosário fez um apelo para que o Congresso analise outra proposta polêmica, encaminhada pelo governo Lula. Pediu que os congressistas aprovem a criação da Comissão da Verdade, que ofereceria a versão oficial sobre os mortos e desaparecidos.
"O Estado brasileiro tem que resgatar sua dignidade em relação aos mortos e desaparecidos na ditadura", afirmou. "Como disse a presidente Dilma, não se trata de revanchismo", completou, mais adiante.
Diante da plateia em que estava o ministro Nelson Jobim (Defesa), ela afirmou que as Forças Armadas são "parte da consolidação da democracia". "Certamente entre as Forças Armadas existe também o desejo de que tenhamos juntos esse processo constituído", disse.
Jobim e Paulo Vannuchi tiveram entreveros antes e após o lançamento do PNDH 3, que fazia citações à ditadura militar e também tratava da Comissão da Verdade.
Maria do Rosário disse ainda que o país precisa seguir no processo de reconhecimento das violações de Estado contra os direitos humanos no período do regime militar.
"Passados quase 50 anos do início do período de exceção no Brasil, é mais do que chegada a hora de agirmos com objetividade. Devemos enfrentar essas questões para uma consciente virada de página", declarou.
A ministra fez um segundo apelo ao Congresso pela aprovação da PEC (proposta de emenda constitucional) do Trabalho Escravo, que prevê a expropriação e a destinação para reforma agrária de todas as terras onde essa prática seja encontrada.
Maria do Rosário também prometeu combater a homofobia e a violência contra crianças e adolescentes, tema que trabalhou em todos os seus mandatos na Câmara dos Deputados.
BIOGRAFIA
Nascida em Veranópolis (RS), Maria do Rosário, 44, é pedagoga e mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi vereadora duas vezes e também deputada estadual. Foi reeleita duas vezes para a Câmara dos Deputados, onde participou da Comissão de Mortos e Desaparecidos e também presidiu a Comissão de Educação e Cultura.
Estiveram presentes na cerimônia os ministros Fernando Haddad (Educação), Nelson Jobim (Defesa), José Eduardo Cardozo (Justiça), Luiza Bairros (Igualdade Racial) e Luís Inácio Adams (AGU), além de diversos deputados petistas.
03/11/2011
Um mês após ocupação, moradores reclamam, RIO
Depois de completado um mês da ocupação do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, há controvérsias sobre as vantagens da ação policial. Alguns moradores dizem discordar que houve benefícios e temem a formação de milícias na região. Mas, na avaliação da Polícia Militar (PM), a tomada do território foi uma ação positiva e a expectativa, agora, é oferecer serviços públicos à comunidade para acabar definitivamente com a ação dos bandidos nas favelas ocupadas.
“O nosso balanço é extremamente favorável”, disse o relações públicas da PM, coronel Henrique de Lima Castro, destacando que o Rio de Janeiro recuperou uma área “belíssima” e que, por isso, já retomou o ritmo de visitas de turistas. Castro relatou que, na véspera de Natal, durante uma missa realizada na Concha Acústica, na subida da Igreja da Penha, foi procurado por turistas de Estados como Mato Grosso, Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo, que manifestaram a vontade de conhecer o local das operações policiais que tiveram repercussão na mídia internacional.
“Entendemos que tem um trabalho muito grande a ser feito. Por essa razão, temos lá (no Alemão) o Batalhão de Campanha exercendo a sua função, verificando ainda muitas informações que chegam (à polícia)”, avaliou. Ao percorrer na sexta-feira becos e vielas da região, a reportagem da Agência Brasil ouviu de moradores o receio de que traficantes voltem ao poder no complexo de favelas. Alguns deles chegaram a denunciar a presença de criminosos circulando desarmados e disfarçados na comunidade. Outros defenderam a saída dos policiais que, segundo eles, teriam manifestado sinais de formação de milícia na localidade.
A dona de um estabelecimento comercial, que não quis se identificar, afirmou ter recebido ameaças de traficantes, em bilhetes deixados sob a porta de sua loja. Segundo ela, o autor diz que vai incendiar o estabelecimento. Ela acredita que a ameaça foi motivada pelo fato de ela ter permitido que a PM estacionasse viaturas em seu terreno. A comerciante lembra que, antes, enfrentava situação semelhante, quando não podia negar o pedido a criminosos e ainda corria o risco de ser presa por associação ao tráfico.
Outra moradora e comerciante, que também preferiu não se identificar, disse que não abre sua loja desde a entrada da polícia na favela. “Não houve um ‘vencemos o tráfico’”, afirmou. Para essa moradora, a favela perdeu o dono anterior, que era o traficante, e tornou-se uma área com grande potencial para ser explorada por milicianos.
“Aqui dentro, se eu tivesse problema com um bandido, eu ia lá embaixo, esperava chegar o responsável (do tráfico) e falava. Agora, com a polícia aqui dentro, se um policial entrar na minha casa, roubar alguma coisa minha, eu vou fazer queixa para quem?”, criticou, destacando que não é capaz de denunciar policiais corruptos para a própria corporação.
A Seção de Comunicação Social da Força de Pacificação informou que encaminhará as denúncias recebidas de moradores para o setor de inteligência, a quem caberá apurar os procedimentos relatados. A Seção de Comunicação Social disse estar surpresa com os relatos, já que “até o presente momento as ouvidorias instaladas e o disque-denúncia não receberam qualquer tipo de reclamação”, informou em nota. (Agência Brasil)